terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A ATENAS DO SUL DE MINAS

                                               A ATENAS DO SUL DE MINAS


“Refulgiu pelo ouro da terra e pela cultura e pelo o civismo de seus filhos"

Alfredo de Vilhena Valladão

A analise das práticas culturais da elite Campanhense, já sem os recursos do ouro, evidencia e justifica a gênese da metáfora "ATENAS DO SUL DE MINAS”, ao demonstrar Campanha como a cidade privilegiada por políticas públicas de educação, em relação aos demais municípios de Minas Gerais.Com efeito, um olhar atento e imparcial sobre a cidade da Campanha, desde os tempos do Arraial de São Cipriano, nos coloca diante de uma sociedade preocupada com o sistema educacional, refletido no anseio de seus filhos pelo aprimoramento do ensino.A extinção da escravatura no Brasil, e a sua repercussão na cidade da Campanha, como de resto, em todo país, causou um forte impacto na vida social e econômica da nação, considerando que a economia do país se sustentava na agricultura. Para quase todos os lavradores da Vila da Campanha, foi um duro golpe. Soma-se a isto a emancipação de vilas que pertenciam à jurisdição da cidade da Campanha, que poderia levá-la a uma grave crise financeira, se não fosse a presença de cidadãos campanhenses na política nacional e no fortalecimento de instâncias ligadas à religião Católica. A cidade pôde se manter muito ativa durante todo o século XIX, principalmente através da produção agrícola e pecuária, além do comércio com o Rio de Janeiro e com São Paulo. O seu território era vastíssimo e suas águas minerais eram procuradas por diversas personalidades para os diversos tipos de doenças.Além do mais, e principalmente, Campanha tinha uma excelente base educacional que lhe permitiu filhos ilustres tanto no Parlamento como nos executivos estadual e federal.No ano de 1831, é possível saber da instalação de uma Escola de Ensino Mútuo para Primeiras Letras em Campanha, com mais de 100 alunos.O método mútuo ou Lancasteriano (método inglês posto em pratica na Índia) difundiu-se no Brasil e temos noticia de que foi de imediato posto em prática na cidade da Campanha, que já previa a instrução pública como dever do Estado, com a finalidade de contemplar um número maior de alunos. Além disso, o método combatia os castigos físicos, comuns à época.Um dos alunos dessa época na escola de primeira letras, como era chamada, foi o futuro senador Evaristo da Veiga. Os alunos, cujos pais tinham recursos, compravam os livros e os meninos pobres recebiam o material da Câmara ou da Província.No ano de 1840, o ensino mútuo já estava quase abandonado nas escolas mineiras, seria substituído pelo método simultâneo. A Assembléia Mineira subvencionou a ida de dois professores à França para aprender esse novo método.Nesse mesmo ano de 1840, um Delegado de Ensino à Vila da Campanha, enviado pelo então Presidente do Estado, Bernardo Jacinto da Veiga, informava em seu relatório que o ensino de Latim, Francês e Filosofia, na cidade da Campanha, era muito bem ministrado, sobrepondo-se aos demais municípios mineiros, e o adiantamento dos alunos era notório e significativo. Nesse mesmo relatório, o Delegado manifesta a necessidade de melhores salários para os professores.Em 1843, no ensino público secundário em Campanha, a cadeira de Latim era ministrada pelo o padre mestre João Damasceno. Conforme informes da época, o padre João era tido como um grande latinista, e os alunos o tinham como uma espécie de oráculo.O ensino do latim, segundo depoimento de vários Campanhenses, foi fundamental para muitos daqueles que optaram pelo estudo das ciências jurídicas.Um fato que deve ser registrado pelo seu aspecto inédito e avançado, considerando a época, em pleno século XIX, é o jornal “O Sexo Feminino”.O Sexo Feminino é o nome do periódico de propriedade da jornalista da Campanhense Francisca Senhorinha da Motta Diniz, que também editava e redigia o jornal. O primeiro ano de publicação do jornal (1873-1874) foi feito aqui na nossa cidade da Campanha.Em 1875, Senhorinha Diniz mudou-se para o Rio de Janeiro com uma proposta de trabalho para lecionar na Côrte. A escritora continuou com as edições de O Sexo Feminino, mesmo com a mudança para o Rio. Tratava-se de um jornal direcionado ao público feminino, fato observado logo na capa do veículo, onde se lia: "Especialmente dedicado aos interesses da mulher".A jornalista escrevia para um público mais intelectualizado e instruído, fato que demonstra o nível cultural da sociedade Campanhense.Em 15 de novembro de 1874 o editorial do jornal assim expressava:"É tempo de darmos o grito de nossa independência, de nossa emancipação do jugo ferrenho em que até agora vivido, proclamando alto e bem alto a nossa capacidade para certos empregos públicos, e muito principalmente para o magistério onde daremos a mocidade de ambos os sexos educação e instrução".No ano de 1893, depois de ter cursado a Escola Normal da Campanha e freqüentado o Seminário de Mariana e o famoso Colégio do Caraça, o grande professor Jonas Olinto, "pedagogo de cultura enciclopédica", jornalista e poeta, fundou e dirigiu o seu Externato, e sozinho lecionava as seguintes matérias: Português, Francês, Inglês, Matemática, Geografia e História. Passaram pelos os bancos desse famoso Educandário de ensino primário e secundário várias gerações de estudantes, durante 30 anos.Interessante observar que, segundo o relato de Francisco de Paula Ferreira de Rezende, fica evidente que as experiências educacionais na Vila da Campanha, particularmente no ensino primário e secundário, não era feitas somente através da educação formal, mas de toda cultura que cerca o indivíduo, fato revelador do elevado nível cultural da Sociedade Campanhense.O anseio dessa sociedade pelo aprendizado, pelo ensino e pela elevação do nível cultural da cidade se manifesta quando essa mesma sociedade se mobiliza pela criação de um colégio, através de seus mais ilustres representantes que integram o cenário político-administrativo não só do Estado como também do País, e do Emérito Sacerdote, Padre Natuzzi, coadjuvado pelo ilustre campanhense Monsenhor João de Almeira Ferrão, mais tarde primeiro bispo da recém criada Diocese da Campanha e pelos ilustres deputados, Joaquim Leonel de Rezende Filho, Gabriel Valadão e João Bráulio Moinhos de Vilhena Júnior iniciaram os entendimentos junto à Mere Angelina, que chegara ao Brasil em 1897, nomeada superiora do Colégio de Sion de Petrópolis, com o objetivo de criar em nossa cidade o Colégio de Sion, administrado pelas irmãs dessa recente ordem das Irmãs de Sion, fundada na França, para criação de colégios que ofereciam educação rígida e esmerada para moças. O fato de a França, à época, ditar o modelo de educação, levou a sociedade Campanhense a se interessar pela vinda da irmãs francesas, com intuito de aprimorar o sistema educacional, com oferta do ensino feminino e confessional na cidade e na região Sul Mineira.Convidada a visitar Campanha, Mère Angelina, acompanhada de sua secretária, irmã Joaquina, chegam à cidade e, tendo dela a melhor impressão, decidem de imediato pela escolha do local para instalação do colégio. Foi escolhido o imóvel que pertencera ao Senador Evaristo da Veiga, no mesmo local onde se encontra as soberbas instalações do Colégio de Sion.O Colégio, que funcionou entre 1904 a 1965, foi responsável por educar na forma de internato e semi-externato as meninas da elite Sul Mineira (Meninas de Sion), como eram conhecidas e também meninas pobres da região (Martinhas). Manteve uma divisão entre estas duas categorias, já que o tratamento era diferenciado. Preparava as primeiras para exercer papéis de liderança familiar, como boas esposas e mães, como também para exercer a profissão de professoras. Já as meninas pobres eram preparadas essencialmente para o trabalho doméstico.O Colégio instala-se na cidade como uma forma de fortalecer e ampliar o perímetro de influência da Igreja Católica, com uma nova roupagem e atendendo aos anseios do desenvolvimento do capitalismo.No ano de 1906, a nova casa de Sion inicia as suas atividades em nossa cidade. Foram muitas as alunas da Campanha e da região Sul Mineira que se matricularam na nova instituição. Citamos aqui algumas Campanhenses do período de 1906 a 1920: Maria das Dores Paiva de Vilhena, Maria Amélia Veiga de Oliveira, Maria do Rosário Paiva de Vilhena, essas três ingressaram na ordem, tornando-se Irmãs de Sion. Maria da Conceição de Vilhena Lisboa, Hilda de Oliveira Ferreira, Ordália de Oliveira Ferreira, Laura Bressane de Azevedo, Dora Ayres, Edite Souza e Silva, Alvarina Silva, entre outras.Em 1906, Charles Noguères, cidadão francês, junto com o Cônego Joaquim Timóteo Soares, sob a inspiração do Monsenhor João de Almeida Ferrão, fundam o Ginásio Santo Antônio de ensino secundário para rapazes.Em 21 de abril de 1908, foi instalado o Grupo Escolar da Campanha, denominado Zoroastro de Oliveira. Ao longo de sua existência, o Grupo foi dirigido por importantes personalidades de nossa cidade, como Dr. Júlio Pereira da Veiga, Dona Matilde Mariano, Dr. José Braz Cezarino, Dr. Serafim Maria Paiva de Vilhena, Prof. Júlio Bueno, Dona Maria Conceição de Vilhena Lisboa

Em 1909, Dom Ferrão funda o Seminário Nossa Senhora da Dores, tendo como o seu primeiro Reitor, Monsenhor Joaquim Soares.Em 1910, sob sábia orientação desse extraordinário Bispo, Dom João de Almeida Ferrão, foi criado o Ginásio Diocesano São João que, em sua longa e gloriosa vida de mais meio século, formou várias gerações de jovens, preparando-os para a vida. Muitos daqueles que passaram por essa instituição se tornaram profissionais capacitados e de renome, nos vários segmentos de suas atividades profissionais.Em 1915, inaugura-se em Campanha o externato para cursos primário e secundário para rapazes, sob a orientação do Professor Raul Ramos da Costa, auxiliado pelos prefessores Diaulas José de Lemos e Rubens Rezende.Em 1929, ocorre o restabelecimento da Escola Normal da Campanha, sendo nomeado como seu primeiro Diretor o Prof. Juscelino Teodoro de Aguiar Júnior, que a instalou, tendo sido, em seguida, sucedido pelo Prof. Francisco de Melo Franco.Por último, assinalamos, como merecido destaque, a criação de ensino superior que tanto se orgulha Campanha. "Uma instituição radiante e vitoriosa, graças ao idealismo do Campanhense de nobre origem, o Desembargador e Comendador Manoel Maria Paiva de Vilhena, uma bandeira de civismo e de grandeza cultural".As faculdades Integradas Paiva de Vilhena, são, sem dúvida alguma, a culminância de um processo que, possivelmente, estivesse em gestação no seio da sociedade Campanhense e nasce pelo o idealismo de um obstinado, legítimo representante dessa sociedade, como afirmação de que Campanha sempre foi e será o centro irradiador de cultura e o viveiro dos melhores troncos que povoaram esse abençoado solo Sul Mineiro. Não à toa, ela foi cognominada "a Atenas do Sul de Minas".

Tarcísio Brandão de Vilhenatb.vilhena@terra.co.br
tb.vilhena@yahoo.com
http://vilhenatbv.blogspot.com

Alfredo de Vilhena Valladão
Campanha da Princesa Volume 1° e 2°Francico de Paula Ferreira de Rezende
Minhas RecordaçõesAntonio Casadei
Aspectos Históricos da Cidade da Campanha


 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CAMPANHA DA PRINCESA

A CIDADE DA CAMPANHA - MG



Fontes cunsultadas:

Wikipedia - Enciclopedia livre
Arquivo Público Mineiro
Curia Diocesana da Diocese da Campanha
Alfredo de Vilhena Valladão - Volumes 1- 2 e 3
Centro de Estudos e Pesquisas Monsenhor Lefort
Francisco de Paula Ferreira de Rezende - Minhas Recordações
I B G E - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica



""Fundação 2 de outubro de 1737

LOCALIZAÃO:

Localização de Campanha em Minas Gerais e no Brasi:

21° 50' 20" S 45° 23' 29" O21° 50' 20" S 45° 23' 29" O

Unidade federativa Minas Gerais

Mesorregião Sul/Sudoeste de Minas IBGE/2008[1]

Microrregião Varginha IBGE/2008[1]

Região metropolitana

Municípios limítrofes Cambuquira, Monsenhor Paulo, São Gonçalo do Sapucaí, Lambari e Três Corações

Distância até a capital 316 km

Características geográficas

Área 336,033 km²

População 15.949 hab. est. IBGE/2009[2]

Densidade 46,0 hab./km²

Altitude 940 m

Clima Tropical

Fuso horário UTC-3

Indicadores

IDH 0,784 médio PNUD/2000[3]

PIB R$ 102.698 mil IBGE/2005[4]

PIB per capita R$ 6.734,00 IBGE/2005[4]



Campanha é um município brasileiro do Estado de Minas Gerais. Sua população estimada em 2004 era de 15.041 habitantes.
A cidade é sede da Academia Sul-Mineira de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico Alfredo Valadão, da Cruzada Nacional de Alfabetização, precursora do MOBRAL, da Fundação Cultural Campanha da Princeza - Faculdades Integradas PAIVA DE VILHENA.
Outras entidades culturais.
É porta de entrada para o Circuito da Águas e recebe turistas também por causa de suas igrejas e casarões coloniais, Artezanados em Ceral, notadamente as Tapçarias.
As principais atividades econômicas de Campanha são: a agropecuária, dando um maior destaque às culturas de café, milho, feijão, cítricos, batata e gado leiteiro; laticínios e metalúrgica, além da fabricação de Tapetes, gaiolas e acessórios para pássaros e artenzanatos



1 Breve histórico:

2 Igrejas

2.1 Matriz de Santo Santo Antônio

2.2 Nossa Senhora do Rosário

2.3 Nossa Senhora das Dores

2.4 Capela da Santa Cruz

2.5 Catedral de Santo Antonio - elvada à Catedral com Criação da Diocese da Camapanha, em 1.907

3 Padroeiro

4 Rios

5 Origem do Nome

6 Antigos nomes

7 Filhos ilustres

8 Moradores Ilustres

9 Turismo

10 Referências

11 Ligações externas



As primeiras cidades fundadas em Minas Gerais devem sua origem à ambição pelo ouro, que moveu bandeirantes fazendo-os caminhar léguas por lugares antes não penetrados. Entre elas inclui-se a cidade da Campanha, o que é evidente ainda nos dias de hoje em profundas escavações nos terrenos que a circundam.
A fase inicial da história compreende um longo período do século XVIII, onde encontravam-se princípios de uma sociedade. Muito antes de 1700 começaram as entradas dos paulistas, que vinham caçar índios com o fim de escravizá-los. Logo após, os bandeirantes, atraídos pela fama que corria das ricas minas de ouro descobertas em Minas Gerais. É então que se esboçam os primeiros rudes povoados que indicando a localização da antiga riqueza aurífera e de diamantes de Minas Gerais, constituíram o início da vida civilizada dos sertões de Minas.
Campanha é a cidade mais antiga do Sul das Minas Gerais – cidade histórica reconhecida oficialmente em 2 de outubro de 1737 – povoação iniciada no ciclo do ouro. Elevada à freguesia em 6 de fevereiro de 1752, à vila em 20 de outubro de 1798 e à cidade em 9 de março de 1840.
O ouvidor Cipriano José da Rocha, saindo de São João del-Rei a 23 de setembro chegou ao arraial da Campanha no dia 2 de outubro de 1737 e, entusiasmado com a fertilidade do seu solo e com as riquezas das minas de ouro encontradas, deu ao povoado o nome de São Cipriano.
Mapa da Villa de Campanha em 1814.Campanha desde o século XVIII esteve presente em fatos históricos do Brasil e de Minas. Dentre eles, teve participação no episódio da Conjuração Mineira. Dr. Inácio de Alvarenga Peixoto, um dos conspiradores, viveu em Campanha, onde possuía inúmeras fazendas e era um dos homens mais ricos de Minas, no seu tempo. O esgotamento das minas, alegado por aqueles que se esquivavam ao pagamento de seu débito para com o físco, já na segunda metade do século XVIII, acentuava-se cada vez mais, prenunciando o fim de uma era de grandeza.
Passado o ciclo de grandes atividades desenvolvidas em torno das minas, sofreram natural estagnação ou decadência, todos os rincões de Minas Gerais onde predominavam os interesses ligados à mineração. Campanha, entretanto, manteve-se por muito tempo como centro de industrialização e cultural de toda a região Sul Mineira.
Foi, ainda, sede administrativa e jurídica do Sul de Minas: a primeira, por quase um século, e a segunda além de um século. Pioneira da instrução, em razão mesmo de sua antiguidade, sempre gozou de merecido renome, pela notável contribuição que deu à causa do ensino em nossa pátria, desde os primórdios de sua formação histórica, como bem definiu o jurista e historiador campanhense Ministro Alfredo de Vilhena Valladão, quando declarou: “Refulgiu pelo ouro da terra e pela fé, pela cultura e pelo civismo de seus filhos”.
Ainda alguns anos depois da nossa independência, a instrução pública em Minas Gerais era extremamente limitada, pois além de algumas escolas de primeiras letras que aqui e ali se encontravam e de dois colégios dirigidos por padres, um conhecido em Congonhas do Campo e o outro no Caraça, não existia em toda província outro qualquer estabelecimento de instrução secundária além do seminário de Mariana, onde se preparavam os padres, e uma simples cadeira de latim em algumas das principais vilas da província. Campanha era uma dessas vilas privilegiadas e a única no Sul de Minas para onde afluíram estudantes de outros pontos, quer próximos, quer distantes, pois era a sede da 3a Circunscrição Literária.
O anseio de seus filhos para instrução manifestou-se desde os primeiros tempos, como se evidencia pelo que ocorreu quando foram inaugurados os cursos jurídicos no Brasil, apenas com duas faculdades – uma em São Paulo e a outra em Recife. Na primeira matricularam-se quatro mineiros, três dos quais eram campanhenses e um de outra cidade.
Como não poderia ser diferente dos urbanismos de sua época a sua população era gente de todas as partes niveladas pela ambição de ouro. A cidade era organizada por camadas humanas relativas a cor, pois 60% era negra, que constituía a mão de obra escrava, 30% pardos e 10% brancos. Estes, dominavam politicamente e não se submetiam aos trabalhos pesados.
No percurso de sua história, Campanha recebeu gente vinda de várias partes do Brasil e de diversas categorias sociais. A sua riqueza mineral e vegetativa propiciou o desenvolvimento da sociedade, o que levou a receber visitantes ilustres como a Princesa Isabel, Carlota Joaquina, Conde d'Eu, Euclides da Cunha, Manuel Bandeira, Sílvio Romero, José do Patrocínio, Pedro Ernesto Baptista, Bárbara Heliodora, entre outros. Suas passagens por Campanha, marcaram a história da cidade, mas a recíproca é verdadeira. A cidade também os marcou, muitas vezes registrado nas suas obras culturais levando-os a construírem moradias (casarões e templos) e permanecerem aqui por um tempo considerado.
Campanha também gerou personalidades reconhecidas internacionalmente, como Vital Brazil Mineiro da Campanha - cientista descobridor do soro antiofídico e Maria Martins - considerada uma das artistas surrealistas mais relevantes do planeta. Sávio Davi dos Reis Paula, artista autodidata, tatuador e musico,com seu desenhos espalhados por todo o planeta.
Agostinho Marques Perdigão Malheiro ( 1824 - 1881 ) jurisconsulto que escreveu um tratado sobre a legislação escravista: A escravidão no Brasil: ensaio histórico-jurídico-social em 1866, que é um marco e que influenciou profundamente as ações e políticas para a extinção da escravidão. Como homenagem, os campanhenses deram seu nome a uma de suas ruas.
No passado, a grande extensão do município ocupava a margem esquerda do Rio Grande até o Jaguari, das cumeadas da Mantiqueira até o rio Pardo, estendendo a sua jurisdição municipal – com legislação num círculo de quase 3 mil léguas. Por essa extensão de terra e pela riqueza natural e cultural, Campanha é considerada a cidade-mãe, fertilizadora das outras cidades – o berço do Sul de Minas.


"A CELULA MATER DO SUL DE MINAS"


Pela sua importância no contexto histórico das Minas Gerais, a cidade sediou por mais de um século a Diretoria Regional dos Correios, com jurisdição em todo o sul do estado.

IGREJAS:

Matriz de Santo Antônio

A primeira e antiga Matriz de Santo Antônio, a primeira igreja construída na Campanha, então Freguesia de Santo Antônio do Vale da Piedade da Campanha do Rio Verde, pela vontade e pela fé dos pioneiros e bandeirantes que habitaram estas ricas e aprazíveis terras, no limiar do século XVIII.
Entre 1737 a 1742, a igreja foi construída, nela se despendendo nove mil oitavas de ouro, pela Irmandade do Santíssimo Sacramento. Não era esse templo de pequenas dimensões, pois havia no seu interior 93 sepulturas e estava situado pouco abaixo da atual Catedral, na parte em que a Praça Dom Ferrão se larga, nas imediações dos jardins e das estátuas do Mininistro Alfredo Valladão e do cientista e sábio Vital Brazil Mineiro da Campanha. Durou relativamente pouco a primeira Igreja Matriz, pois em 1800, já tinha aspecto de ruínas. Em seu adro existia uma cruz, ao pé da qual foi enterrado, sem nenhuma pompa e no hábito do seu Padre São Francisco, de que era terceiro, por sua última vontade manifestada em testamento que fez antes de falecer em 20 de dezembro de 1748, o grande bandeirante Capitão-mor João de Toledo Piza e Castelhanos.



- Nossa Senhora do Rosário

A segunda igreja construída, por Provisão Régia de 1759. Segundo descrição de Francisco de Paula Ferreira de Rezende, em sua obra “Minhas Recordações”, a Igreja do Rosário esta colocada acima da Matriz, no ponto mais alto da colina em que a povoação se assenta, justamente no lugar em que, naquele tempo, acabavam as casas e começava o campo.
Sem nenhuma arquitetura e sem torres, o seu sino ficava do lado de fora. A mais alegre de todas as festas da Campanha era a festa dos negros, isto é, a de Nossa Senhora do Rosário e como vulgarmente se dizia a “subida do Rosário”. Essas festas, as congadas, com os seus vistosos “ternos” e animadas “embaixadas”, há anos passados, tivemos oportunidade de assistir e admirar. Houve tempo que a Igreja do Rosário foi a única e a mais importante da Campanha, sendo aí celebrados os ofícios religiosos.
Assim foi por ocasião da morte de D. Maria I, a 20 de março de 1816, em que as suas exéquias solenes, com Missa e sermão, foram realizadas nesse templo. Essa igreja foi inexplicável e simplesmente demolida, por determinaçao do Bispo Diocesano, Dom Inocencio Engelke, numa demonstração de descomprometimento com a memória nacional e com a cidadania. Muito mais tarde, doi edificada outra igrja, por grande capricho e esmero da saudosa D. Matilde Dallapé, no fim da Chapada.

-Nossa Senhora das Dores

É a terceira em antiguidade e foi concluída em 1799 pelo rico minerador, José de Jesus Teixeira. Felizmente ainda existe, na plenitude de sua beleza e de seu estilo colonial de linhas puras.

-Nossa Senhora das Mercês, contruida na segunda metade do século XVIII, frequentada pelos pardos e mestiços e tambem demolida por determinação de D. Inocencio Engelke.

-São Sebastião, demolida e construida outra bo mesmo local, com a participação dos devotos.


-Capela da Santa Cruz

A primitiva Capela Santa Cruz, construída por volta do ano de 1848, fora do perímetro urbano, na localidade denominada de Árvores Bonitas, foi consumida por um incêndio tido como criminoso.
Substituiu-a a Segunda Capela, em 1895, em uma elevação no fim do Bairro das Almas e, mais tarde, por se achar em ruínas, foi demolida, até que, em seu lugar, foi edificada a terceira e atual Capela de Santa Cruz, em 1938, no mesmo belo e aprazível local.



-Catedral de Santo Antônio

Sua pedra fundamental foi lançada no dia 21 de janeiro de 1787, em solenidade presidida pelo pároco local Pe. Bernardo da Silva Lobo, com assistência de grande número de fiéis e membros das irmandades.
Foi construída pelos escravos e levou 35 anos para ser concluída. Foi feita em taipa, de terra da melhor qualidade, conduzida de grande distância, por toda gente sem distinção de sexo, idade, fortuna e posição social, sendo notável a solidez da obra, cuja espessura de 1,80 m a todos causa admiração.
Em 1925, foi modificada a sua fachada, descaracterizando-a completamente e dando assim novo aspecto à fachada e torres.
Em 1937 e 1938, D. Inocêncio Engelke, 2º bispo diocesano, às suas expensas, manda cercar a Catedral com uma grade de ferro. Várias reformas foram feitas ao decorrer dos anos. Em taipa, é o maior templo católico de Minas e um dos três maiores do Brasil.

- Padroeiro

Santo Antônio de Lisboa (português)



-Rios

Rios Palmela e São Bento.

Ribeirão Santo Anton

-ORIGEM DO NOME:

O nome da atual cidade se deve à topografia, pois a cidade se encontra localizada numa colina circundada por extensas campinas.

-Antigos nomes:

Arraial de São Cypriano

Santo Antônio do Vale da Piedade do Rio Verde

Campanha do Rio Verde

Campanha da Princesa da Beira

Santo Antonio so Vale da Piedade da Campanha da Princeza da Beira

Campanha da Princesa


FILHOS ILUSTRES:

Major Mathias Antonio Moinhos de Vilhena

Vital Brasil, cientista

Maria Martins, escultora

José Bento Leite Ferreira de Melo, senador

Dr. Eugênio vilhena de Morais

Dr. Rodolpho Vilhena de Morais

Francisco Xavier Lopes de Araújo, militar, engenheiro e professor brasileiro

Álvaro Gomes da Rocha Azevedo, Prefeito de São Paulo, Ministro do Tribunal de Contas da União e Deputado Federal

Américo Lobo Leite Pereira, Jurista, Senador, Ministro do Supremo Tribunal Federal

Padre Victor, Sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana

Francisco de Paula Ferreira de Rezende, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Vice-Governador de Minas Gerais

Desembargador João Braulio Moinhos de Vilhena, Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Dr. João Braulio Moinhos de Vilhena ´Junior, Médico, Deputado Provicial, Secretário das Finanças de Minas Gerais

Alfredo de Vilhena Valladão, Ministro do Tribunal de Contas da União

Agostinho Marques Perdigão Malheiro, Jurisconsulto, Escritor e Historiador Brasileiro

Coronel Zoroastro de Oliveira

Bernardo Saturnino da Veiga, Jornalista, Escritor e Empresário

José do Patrocínio Lefort, Historiador e Educador

MORADORES ILUSTRES:

Bernardo Jcinto da Veiga

Euclides da Cunha - Acadêmico da Academia Brasileira de Letras, Militar e Engenheiro

João Luís Alves - Acadêmico da Academia Brasileira de Letras, Juiz e Prefeito de Campanha

Fernando de Azevedo - Acadêmico da Academia Brasileira de Letras, um dos Fundadores da Universidade de São Paulo

Manuel Bandeira - Acadêmico da Academia Brasileira de Letras

Agostinho Marques Perdigão Malheiro, Ministro do Supremo Tribunal de Justiça, Juiz de Campanha

Bárbara Heliodora – Poetisa e esposa do inconfidente Alvarenga Peixoto

João Barbosa Rodrigues - Diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro

TURISMO:

Entre as atrações, está o Museu Regional do Sul de Minas. Entretanto, o local é alvo de furtos. Em 1994, a imagem de Nossa Senhora da Piedade, em madeira e vulto quadrangular representando Nossa Senhora e o Cristo mortos, foi furtada juntamente com outras 27 peças, como imagens, oratórios e alfaias.[5]

sábado, 30 de outubro de 2010

RMVS - Ramal Campanha-Cruzeiro-SP - Foto do trem de carga (mixto), aproximando da estação de Campanha

Sobrado que pertenceu ao Comendador Francisco de Paula Ferreira

O Comendador Paula Ferreira era o pai de Anna Alexandrina Ferreira Brandão, casada com o Cel. Martiniano dos Reis Brandão, pais do Dr. Francisco Honório Ferreira Brandão, médico e politico, e de João Chrisóstomo Ferreira Brandão, casado com Maria Carlota Nunes Brandão que, por sua vez, eram os pais de Marina Brandão de Vilhena, casada com o Dr. Serafim Maria Paiva de Vilhena.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011


EUGÊNIO VILHENA DE MORAIS

Antônio Casadei *



Historiador, poeta, jornalista, administrador, jurista e, acima de tudo, professor, nasceu na Campanha a 5 de fevereiro de 1887, pertencente a uma família tradicional e culta. Seu pai, José Gomes de Morais, foi professor e Coletor Federal. Eugênio fez os estudos preliminares na terra natal e o secundário, no Colégio Anchieta, dos padres Jesuítas, em Nova Friburgo, no Estado do Rio de Janeiro, tornando-se Bacharel em Ciências e Letras, na turma de 1902, ao lado do seu irmão Rodolfo, depois médico famoso, professor, escritor e jornalista.

Foi com um ensaio, “A Influência dos Jesuítas em nossas letras” que ingressou, em 1921, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Como decano dessa famosa Instituição Cultural, alcançou a eleição para Sócio Grande e Benemérito, com importante e culta atuação. Escreveu vários livros sobre a figura insigne e patriótica do Duque de Caxias. Foi o idealizador do Dia do Soldado, anualmente comemorado em 25 de agosto, data natalícia do grande Pacificador. Recebeu a Medalha do Mérito Militar e outras comendas nacionais e estrangeiras. Colaborou em vários jornais, especialmente no Jornal do Comércio e na Revista Verbum, magnífico veículo de cultura da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, concluindo, entretanto, o seu curso com raro brilhantismo na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, no ano de 1907. Nunca tendo exercido a profissão de advogado, dedicou-se inteiramente ao Magistério, com grande competência, lecionando em vários estabelecimentos de ensino, português, francês, latim e história, inclusive no próprio Colégio Anchieta, no Externato Santo Inácio e na Escola Normal, depois Instituto de Educação do Rio de Janeiro. Foi nomeado Diretor do Arquivo Nacional por Decreto de 30 de junho de 1938, do Presidente Getúlio Vargas, cargo que exerceu com competência e operosidade por 20 anos.

Católico praticante, caracterizava-se pelo seu espírito combativo e polêmico, não recuando na defesa do que lhe parecia certo.

Apesar da saúde por vezes precária, era dotado de indomável energia interior, que o fez viver sempre atuante e afirmativo e fiel aos seus princípios, até a idade avançada de 95 anos. Faleceu no Rio de Janeiro, no Bairro da Gávea, deixando muitos filhos.

Como muito bem disse o saudoso Professor Pedro Calmon, à beira do seu túmulo, “Outra missão não cumpriu que a de bem servir a Deus e a Pátria”.

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